Retrospectiva 2023: primeiro ano como empreendedora

Antes da retrospectiva do ano, primeiro uma rápida retro sobre minha evolução profissional.

Minha primeira publicação no Medium foi em 2016. Oito ano atrás. Eu era Product Designer pleno na época. Lembro que eu comecei a escrever por duas razões:

1. Eu sempre me comuniquei melhor pela escrita do que pela fala;
2. Eu sentia que precisava de um espaço para compartilhar meus pensamentos, aprendizados…

Foi um momento de vida que eu participava ativamente de comunidades no Slack, eventos, tudo relacionado a tecnologia e design. Eu consumia e compartilhava muito conteúdo.

A cada ano eu trazia algum aprendizado pra cá sobre as minhas primeiras vezes. Meu primeiro workshop que planejei e conduzi sozinha em inglês em outro Estado, minha primeira experiência como especialista em time de Growth, meu primeiro cargo como liderança…

Eu gosto de contar os casos quando estão frescos na cabeça porque é quando somos amadoras que mais conseguimos nos conectar com o público.

Talvez seja fácil eu passar dicas para quem está começando em Design, mas eu estou muito distante da realidade dessa pessoa.

Quando eu comecei em Design era outro mundo.

Por isso eu decidi fazer uma retrospectiva dos meus aprendizados como empreendedora.

Eu sei que tem pessoas que torcem o nariz e falam que MEI não é empreender. Eu discordo. Talvez eu não tenha os desafios de trabalhar com grandes números e grandes times (ainda!), mas ainda assim tem suas dificuldades.

Assim como eu, nos últimos anos outras pessoas passaram por demissões em massa. E agora podem estar na dúvida do que fazer. O mercado já não está mais tão aquecido, os salários já não estão mais tão atraentes e o que antes era tudo bem ser especialista em um assunto, agora volta a vantagem em ser generalista.

No meu caso eu cheguei até cargo de gerente, mas não me via subindo a escada corporativa. Meu corpo clamava por outra coisa. Novas pessoas, novas situações, novos desafios.

Querendo ou não no nosso mercado muda-se de empresa, mas as questões se repetem. Eu já passei por startup early stage até unicórnio, diferentes setores, consultoria, agência… já tinha vivido um pouco de tudo.

Só tinha uma coisa que eu ainda não tinha arriscado em fazer: empreender.

Era algo que de vez em quando alguém me falava. Mas eu logo descartava. Eu? Empreender?!

Depois da demissão minha agenda saiu de muitos compromissos para nada. Eu tive muito tempo para refletir o que eu queria pra vida. Nisso comecei a escrever tudo que eu amava fazer, que eu dominava e poderia receber por isso.

O que é empreender se não você aplicar suas habilidades generalistas em prol do seu próprio negócio?

Defini minha meta: se em seis meses eu não validasse meu negócio, pelo menos eu tentei. Seis meses de seguro desemprego e FGTS rs

Deu certo. Eu validei. Por isso, quero trazer alguns aprendizados que eu tive em 2023. Pode ser que te ajude:

1. Tenha um colchão de reserva

O que quero dizer? Você precisa cuidar do financeiro. Eu sei que é clichê tal qual tomar água e usar protetor solar, mas nosso país não tem das melhores educações financeiras.

Você precisa de pelo menos seis meses de reserva financeira. Se você gasta R$5.000 por mês, tenha R$30.000 guardados.

Esse é o básico que me ajudou.

2. Estabeleça metas

Logo que comecei eu estabeleci essa meta de seis meses validar a minha ideia. Sua meta precisa ser SMART (pesquise mais sobre, é importante).

Meu erro foi perder a mão em outras metas. Coisas que eu NÃO estabeleci e me lasquei depois. Seja bem rigorosa/o com finanças, é sério.

3. Cuide da sua rotina

Eu sou bem organizada. Eu amo trabalhar. Por isso não foi difícil eu entrar no ritmo de trabalho e criar minha própria rotina da empresa. Sem rigor de horário de entrada e saída, mas com clareza do que fazer no dia e na semana.

Se você é uma pessoa que tem dificuldades em priorizar, não sabe quais atividades fazer, sugiro pedir ajuda e estudar sobre. Priorização é calcanhar de Aquiles de quem empreende. Você precisa saber o que dizer sim e o que dizer não.

4. Amigos amigos, negócios à parte

É engraçado sair de posição de liderança em design e migrar pra algo diferente porque você entende quem está próximo por interesse. Empreender é um exercício extremo para filtrar amizades verdadeiras. Eu sou desapegada e não sofri tanto, até porque entendo que isso dá espaço pro novo, mas se prepare se você for uma pessoa apegada. Se você cria expectativas com relação às amizades pode acabar caindo do cavalo.

5. Delegar para crescer

Eu faço de tudo no Reinventa. Sabe aquele meme da Boca Rosa no Shark Tank? Sou eu. A head de marketing, finanças, produto, relações públicas,…

Que bom que eu já trabalhei com um pouco de tudo para saber me virar. Só que isso é perigoso. Se você faz tudo, algum prato vai cair – isso é típico de startup, né? O problema é que é um prato SEU. Então entenda se você está deixando cair um prato barato da China ou uma porcelana portuguesa.

Eu estou aprendendo a delegar. Vale um post só sobre isso.

Marcos do ano

No geral o saldo foi positivo:

• Março de 2023 fui demitida.
• Abril de 2023 lancei meu 1º podcast no Spotify.
• Abril de 2023 abri o meu MEI.
• Junho de 2023 iniciei o Instagram.
• Junho de 2023 realizei a 1ª mentoria do Reinventa.
• Agosto de 2023 representei Reinventa no 1º evento.
• Agosto de 2023 fiz a 1ª venda na Hotmart do método c/ALMA.
• Setembro de 2023 vendi o 1º treinamento B2B do Reinventa.
• Outubro de 2023 conduzi o treinamento de 2 dias contratando mulheres incríveis.
• Novembro de 2023 tirei a carteira (finalmente).
• Dezembro de 2023 lancei o primeiro ebook do Reinventa em parceria com uma mentorada.

UFA! Quem diria que de limões eu faria tanta limonada?

Meu maior aprendizado de tudo isso foi:

não espere um caminho se abrir para começar a caminhada.

Não sei como vai ser 2024. Mas espero poder contribuir com mais pessoas em suas próprias jornadas de empreendedorismo.

Se você ainda acompanha o Medium deixa um comentário aqui pra eu saber que ainda existem almas perambulando por essa rede 💚

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